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quarta-feira, março 16, 2005

O verdadeiro significado das canções portuguesas: "A saia da Carolina"

Todos sabemos que as músicas têm um significado que vai para além do que está escrito. Há pouco tempo, os investigadores da 10G descobriram vários conteúdos impróprios e indecentes nas canções tradicionais portuguesas. Mas o pior é o seguinte: estas canções são ensinadas às crianças mais pequenas enquanto elas estão no infantário. Assim, desde pequenos que convivemos com a perversidade que nos é ensinada por aqueles que se consideram nossos educadores. De onde pensam que os homens das obras ou os empregados de balcão vão buscar aquelas bocas? Porque é que existe Monsanto e o Parque Eduardo VII? Desde o infantário que estas matérias menos politicamente correctas se enraizam nas nossas cabeças, e quando somos mais velhos, essa perversidade vem toda cá para fora e alastra-se a toda a sociedade. Se ainda estão cépticos e não acreditam em nenhuma destas palavras, deixamo-vos aqui com um texto investigado pela 10G:
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A saia da Carolina
Tem um lagarto pintado
Sim Carolina ó - i - ó - ai
Sim Carolina ó - ai meu bem
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Tem cuidado ó Carolina
Que o lagarto dá ao rabo
Sim Carolina ó - i - ó - ai
Sim Carolina ó - ai meu bem
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A saia da Carolina
Não tem prega, nem botão
Tem cautela, ó Carolina
Não te caia a saia no chão
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A saia da Carolina
Uma barra encarnada
Tem cuidado ó Carolina,
Não fique a saia rasgada
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A saia da Carolina
da mais fina combraia
Tem cautela ó Carolina
Que o lagarto leva-te a saia
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A saia da Carolina
Foi lavada com sabão
Tem cuidado, ó Carolina
Não lhes deixes por a mão
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A saia da Carolina
É curta e das modernas
Tem cuidado ó Carolina,
Que ela não te tape as pernas
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Claro que não há mal algum em ter um lagarto pintado na saia, mas esta 1ª estrofe é apenas para dissimular o que vem nas estrofes seguintes.
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Na 2ª estrofe começamos a desconfiar do que será este "lagarto" que ainda por cima "dá o rabo". Mas o que é isto?? Que linguagem é esta? Estará este lagarto de alguma maneira ligada com a mais antiga profissão do Mundo? E que felicidade é aquela que leva o narrador a cantar "Sim Carolina ó - i - ó - ai, Sim Carolina ó - ai meu bem"? Estará este "sim" ligado com o "si" dito por Ramiro? Que entoação tem este "sim"? Tantas perguntas e tão poucas respostas...
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A 3ª estrofe evidencia quem é esta Carolina que se dá com "um lagarto que dá o rabo". Esta saia que a Carolina veste é uma saia parecida que com as que as raparigas do Intendente usam pois "A saia da Carolina, Não tem prega, nem botão", além disso é uma saia descaída ou com o propósito de cair.
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A 4ª estrofe diz-nos que a saia tem uma barra encarnada e que tem um tecido de má qualidade pois há perigo dela ficar rasgada.
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A 5ª estrofe volta a falar do tecido da saia e das verdadeiras intenções do lagarto: levar-lhe a saia. Lagarto, lagarto... o que tu queres sei eu!
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Na 6ª estrofe descobrimos que não é só o lagarto que quer tirar a saia da pobre Carolina: devido ao bom cheiro que a saia deita (por ter sido lavada com sabão), há muito mais interessados na saia rapariga, como o narrador evidencia quando diz "Não lhes deixes pôr a mão".
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Por fim, a 7ª estrofe vem acabar com as dúvidas todas que os leitores tinham da Carolina - "A saia da Carolina é curta e das modernas". Se ela tem uma mini-saia é claro que é assediada! Isto não fica por aqui - também o narrador mostra as suas intenções e depois de tantas vezes ter avisado a pobre rapariga para ter cuidado com o perverso lagarto e com os outros, afirma de modo subtil, para vestir uma saia curta em vez de uma saia longa só para lhe poder ver as pernas.
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No final da análise desta cantiga, a nossa investigadora Aninhas resumiu as caracteristicas das personagens de um modo simples, directo e frontal: "A Carolina é uma p*** , o lagarto é um pan****** prevertido e o narrador é um chulo. Carolina, Carolina - o que tu queres sei eu!"